domingo, 4 de outubro de 2020

Pais de alunos fazem carreata em favor da volta às aulas em Belo Horizonte


Movimento defende retorno facultativo e com protocolos às atividades presenciais nas escolas
Por ALEX BESSAS E RAFAELA MANSUR
04/10/20 - 10h46
https://www.otempo.com.br/


Expectativa da organização é de que cerca de cem veículos participem do protesto

Foto: Flavio Tavares/ O Tempo

Expectativa da organização é de que cerca de cem veículos participem do protesto

Foto: Flavio Tavares/ O Tempo

Expectativa da organização é de que cerca de cem veículos participem do protesto

Foto: Flavio Tavares/ O Tempo

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Pais de alunos de escolas de Belo Horizonte realizam, na manhã deste domingo (4), uma carreata em protesto pela volta às aulas presenciais na cidade. O grupo iniciou a manifestação na avenida José do Patrocínio Pontes, no bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul da capital.

"A maior luta aqui é pela educação. Não podemos continuar com todos os setores abrindo e a educação ainda sem nenhuma ação. O movimento tem crescido em torno do retorno facultativo às aulas e com protocolo", afirma o organizador da carreta, o administrador e pai de aluno Edmilson Santos, 54. Segundo ele, a expectativa é que mais de cem veículos participem do protesto.

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Avô de um menino de 1 ano e 7 meses, o engenheiro civil Cipriano Oliveira, 65, participa da manifestação em favor da retomada das atividades presenciais nas escolas. "Meu neto está sofrendo pela falta de contato com outras crianças da mesma idade. Ele está sofrendo trauma de gente, vê pessoas diferentes da família e começa a chorar. Falta a convivência que está ligada a estar na escola", diz.

A diretora de uma escola particular da capital, Mônica Ávila, 51, também apoia o movimento dos pais de alunos. "Estamos fechados há quase 200 dias", lamenta.

Na última segunda-feira (28), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou que as escolas da capital vão permanecer fechadas por tempo indeterminado. Segundo ele, as instituições de ensino "são um antro de contágio" do coronavírus e não é possível comparar a abertura de bares e shoppings a de escolas, uma vez que a ida ao comércio e aos serviços é opcional, enquanto a frequência nas escolas é compulsória. Kalil disse, ainda, que uma pesquisa realizada pelo Executivo aponta que 74% da população da capital é contrária à reabertura das instituições de ensino.

O prefeito também decretou, em 24 de setembro, a suspensão dos alvarás de funcionamento e localização de creches, escolas infantis e de níveis fundamental e médio, escolas superiores e centros de formação profissional da cidade.

Desde então, uma batalha judicial foi iniciada na cidade, com instituições de ensino pedindo à Justiça autorização para funcionar. Até o momento, pelo menos 68 creches e pré-escolas solicitaram a reabertura, sendo que 31 receberam autorização. Cerca de 70 novas instituições devem pleitear o funcionamento judicialmente até esta segunda-feira (5).

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que o município, juntamente com os conselhos de Saúde e de Educação, "está empenhado nos estudos e nas discussões para que as aulas escolares presenciais sejam retomadas com segurança para alunos e professores". Segundo o Executivo, "a prioridade do município é e continuará sendo a preservação à vida".

A prefeitura disse ainda que, para nortear a retomada, está trabalhando nas taxas de incidência da Covid-19: "a definição dessa taxa irá determinar o momento seguro para o retorno das aulas".

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