terça-feira, 27 de outubro de 2020

Eleições em BH: Áurea Carolina quer 'banir' mineração da capital mineira


Candidata cumpriu agenda nesta segunda-feira com ambientalistas em praça próxima à Mata do Planalto, na região Norte da cidade


Áurea Carolina durante encontro com ambientalistas em praça próxima à Mata do Planalto |
Foto: Thaís Mota
Por THAÍS MOTA
26/10/20 - 19h08
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Em encontro com representantes de movimentos de defesa do meio ambiente, a candidata à prefeitura de Belo Horizonte Áurea Carolina (PSOL) defendeu o fim da mineração na capital mineira. “A gente tem que banir a mineração em Belo Horizonte e induzir juntamente com as cidades do entorno uma outra postura em relação à mineração”, afirmou. E justificou sua defesa citando o prejuízo causado pelas mineradoras ao meio ambiente, relembrando especialmente os casos de rompimento de barragens da Vale em Mariana e Brumadinho.

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A atividade minerária da capital mineira se concentra basicamente na Serra do Curral e foi suspensa pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) em 2018, em decorrência de uma série de denúncias e irregularidades investigadas pelo Ministério Público desde a década de 90. No ano seguinte, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de BH pediu a suspensão definitiva.“Está suspenso, mas sempre tem uma ameaça de retorno”, disse a candidata.


Áurea participou da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou na Câmara dos Deputados o rompimento da barragem de Brumadinho. Também integrou a Comissão Externa na Câmara criada para debater um novo marco regulatório da mineração. Ela conta que, dessas experiências, aprendeu muito sobre mineração e, por isso, defende uma mudança no modelo de exploração de minério de ferro no Brasil e acredita que Belo Horizonte pode liderar essa mudança, especialmente com as cidades do entorno que também dependem muito da atividade minerária, como é o caso de Nova Lima.

“A nossa posição é de acabar definitivamente com a atividade minerária em Belo Horizonte e a cidade liderar um processo de discussão com a região metropolitana e com o quadrilátero aquífero para redução dos impactos negativos da mineração predatória e caminhar rumo a uma transição econômica para sair da ‘minero dependência’, que é um problema muito grave dos municípios que hoje tem a mineração como principal atividade econômica”, disse.

Ela disse ainda que a mineração no Brasil envolve interesses internacionais e há um lobby muito forte que impede mudanças da legislação, mas ressaltou a tentativa feita no Congresso Nacional.

“A gente não conseguiu avançar na votação do Marco Regulatório em Brasília da forma como a gente gostaria por causa dessa pressão. Mas, foi aprovado um projeto de lei de autoria da senadora Leila que traz sim alguns ganhos em termos de segurança de barragens e a proibição de barragens à montante, e ainda assim com uma série de lacunas e problemas que são resultado desse momento histórico: um governo federal e um governo estadual que são extremamente refratários em avanços nessa legislação”, concluiu.

Candidata assina compromisso com preservação da Mata do Planalto

Ainda durante sua agenda com ambientalistas, que ocorreu em uma praça em frente à Mata do Planalto, no bairro de mesmo nome, região Norte da capital, a candidata também se comprometeu com demandas apresentadas por diversos movimentos sociais.

Pelo menos três movimentos - Salve a Mata do Planalto, Associação Comunitária do bairro Jardim América e o movimento Eu Vilarinho - entregaram à documentos com propostas relacionadas à questão ambiental. Áurea recebeu todos eles a assinou a carta intitulada “BH precisa da Mata do Planalto 100% Preservada”, entregue pelas irmãs Margareth e Magali Ferraz Trindade, do movimento Salve a Mata do Planalto,

Elas apresentaram a proposta à Áurea em primeira mão, mas disseram que também enviarão a todos os demais candidatos que concorrem à prefeitura. As irmãs ressaltaram que a mata precisa ser preservada em sua totalidade, sem a permissão para que parte dela seja destinada à construção de imóveis.

“Nossa luta começou em 2009 e desde então estamos firmes para conseguir a preservação porque temos na Mata do Planalto uma grande área ainda de Mata Atlântica, além de 68 espécies de pássaros e mais de 20 nascentes. Não podemos deixar isso ser destruído”, disse Magali.

Outro tema que foi citado por vários dos presentes foi a preservação e recuperação do ribeirão do Onça, um dos afluentes do Rio das Velhas. Uma das propostas apresentadas foi a gestão conjunta com outras cidades da região metropolitana já que os cursos d’água transcendem limites municipais. Também foi apresentada a meta de: Nadar e pescar no Onça até 2025”.

Além da preservação da Mata do Planalto, Áurea se comprometeu com outras agendas de preservação ambiental. “Para mim foi um espaço de fortalecimento e de assumir um compromisso com essas pessoas sobre a Mata do Planalto, a preservação integral daquela área, o Parque Jardim América, o Parque do Brejinho e tantas outras questões que apareceram ali no debate”, disse a candidata.

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