quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Com apoio da Feam, 19 municípios mineiros investem em coleta seletiva




Proposta da Subsecretaria de Gestão Ambiental e Saneamento da Semad é levar o trabalho para mais regiões do estado
Instituto Gesois / Divulgação
Em Cláudio, o caminhão tem dia da semana específico para recolher os resíduos separados pela população


ÁUDIO
[RÁDIO] Municípios mineiros recebem apoio técnico do Estado para ampliar coleta seletiva



Cláudio é a primeira cidade mineira a lançar oficialmente a ampliação de seu programa de coleta seletiva, após receber apoio técnico da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e do Instituto de Gestão de Políticas Sociais (Gesois). O trabalho de capacitação e conscientização foi feito a partir do edital 01/2019, que previu as regras para seleção das cidades participantes. A expectativa agora é que, em breve, outros 18 municípios apresentem seus programas.

O resultado foi alcançado a partir de um termo de parceria firmado entre Feam e Gesois, para implantação, nos casos em que não houvesse coleta, ou para ampliação, quando esta já havia se iniciado, com vistas à melhoria da gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Com as mudanças vindas da reforma administrativa do governo estadual, o termo passará a ser coordenado pela Subsecretaria de Gestão Ambiental e Saneamento, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Das 19 cidades contempladas no termo de parceria, nove já têm datas para lançar oficialmente os novos sistemas de coleta seletiva. Além de Cláudio, que apresentou a novidade na terça-feira (19/11), e São Tiago, que fará o lançamento nesta quinta-feira (21/11), os seguintes municípios farão a divulgação até 9 de janeiro de 2020: Silvianópolis, São Sebastião do Paraíso, Sacramento, Nepomuceno, Timóteo, Campo Florido e Cássia.

As dez cidades restantes são Andradas, Sobrália, Governador Valadares, Ipatinga, Rio Piracicaba, Caxambu, São Lorenço, Arinos, Bocaiúva e Itanhandu, que trabalham com a previsão de lançamento também para o próximo ano.

De acordo com o subsecretário de Gestão Ambiental e Saneamento, Rodrigo Franco, a intenção é levar esse trabalho para outras regiões de Minas Gerais. "Nosso objetivo é expandir a coleta seletiva de resíduos em Minas Gerais para que isso possa ampliar a sustentabilidade da gestão de resíduos sólidos urbanos no estado. Estamos assumindo um grande e importante trabalho realizado pela equipe da Feam, e daremos continuidade a essa política, alcançando mais cidades mineiras", afirma.

No caso de Cláudio, a coleta já era feita desde 2017, mas a administração municipal identificou a necessidade de melhorar os processos para alcançar mais pessoas e conseguir que a separação do lixo domiciliar seja uma prática mais efetiva em mais pontos da cidade. A partir da iniciativa comandada pela Feam, os técnicos da área ambiental do município passaram por diversos treinamentos ministrados pelo Instituto de Gestão de Políticas Sociais (Gesois) e agora a administração local está implementando, na prática, uma coleta mais qualificada.

Participação cidadã

O prefeito de Cláudio, José Rodrigues de Araújo, destacou a importância de se diminuir cada vez mais o que vai realmente para aterramento nas cidades de Minas e do Brasil. "Esse trabalho da parceria foi muito importante porque, na coleta seletiva, você tem que estar sempre chamando o cidadão para participar desse processo. Parece que o cidadão vai relaxando, então é importante fazer novos movimentos. O acordo foi muito importante para dar injeção de ânimo na cidade", diz.

Servidores municipais, inclusive o prefeito, foram às ruas para colocar em prática a nova configuração da coleta seletiva. "A parceria técnica nos trouxe novo gás, para que a gente fizesse um planejamento maior das ações, para ampliar a adesão", afirma a chefe do Departamento de Meio Ambiente de Cláudio, Maria Helena Mitre. Segundo ela, a parceria foi fundamental para que o sistema da coleta seletiva pudesse funcionar de forma adequada na cidade. "Nós aprendemos a projetar, cronometrar e executar", acrescenta.

Em Cláudio, a coleta seletiva é feita no modelo porta a porta. O caminhão tem dia da semana específico para recolher os resíduos recicláveis que a população separa, e encaminha o material a um galpão cedido pela prefeitura. No local, funcionários municipais fazem a separação por tipologia e os recicláveis são vendidos em leilão.

No processo de consultoria técnica, o Instituto Gesois formou equipes gestoras para atuar em conjunto com as prefeituras e com a população organizada em cada um dos 19 municípios. "Nós fizemos um diagnóstico de cada uma das cidades, que nos apontou as fragilidades e potenciais. Fizemos também um estudo gravimétrico dos resíduos e chegamos a um planejamento de ações, que variou de acordo com a característica de cada cidade. Esse planejamento listou todas as ações necessárias, os responsáveis em executar cada uma e os prazos", diz a gerente de Projetos do Gesois, Raissa Bottecchia.

Em outra iniciativa que teve o apoio da Semad, o município de Itaúna, na região Central do estado, ampliou seu programa de coleta seletiva no último dia 12 de novembro. Sobre esse trabalho encabeçado pelo governo estadual, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano Vieira, chama a atenção para a importância da segregação dos resíduos na fonte geradora.

“Isso gera maior facilidade no acondicionamento e triagem dos materiais e incremento na recuperação dos materiais encaminhados à indústria da reciclagem. Além de todos esses benefícios, o que se busca com iniciativas desse tipo é o aumento de renda dos catadores cooperados e associados, a diminuição da pressão sobre os recursos naturais e o aumento da vida útil de aterros sanitários, destacou o secretário.

sábado, 19 de outubro de 2019

Sistema de Áreas Protegidas do Projeto Jaíba completa 20 anos




Unidades de conservação que integram o projeto cumprem papel de grande relevância ambiental
Evandro Rodney
O Parque Estadual da Mata Seca completou o sistema de irrigação no ano 2000


O ano de 2019 ficará marcado para as sete unidades de conservação que integram o Sistema de Áreas Protegidas (SAP) do Projeto Jaíba, que completa duas décadas. Essa é a maior iniciativa de irrigação da América Latina e a primeira do tipo em Minas Gerais, distribuída por cerca de 70 mil hectares.Parque Estadual da Mata Seca (Crédito: Evandro Rodney)

As reservas ambientais localizadas no Norte do estado, na margem direita do rio São Francisco, têm uma trajetória de êxitos a partir de educação, preservação e gestão ambiental. O projeto se iniciou nos anos 1970, envolvendo os poderes federal, estadual, prefeituras e a iniciativa privada.

O supervisor da Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade (URFBio) Alto Médio São Francisco do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Mario Lúcio dos Santos, explica que quando o SAP foi criado, em 1998, já existia a Reserva Biológica Jaíba, no município de Matias Cardoso.

A ela se juntaram a Reserva Biológica Serra Azul, os Parques Estaduais Verde Grande e Lagoa do Cajueiro e as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Serra do Sabonetal e Lagedão. Em 2000, foi criado o Parque Estadual da Mata Seca, completando o sistema.

Santos lembra que o trabalho em uma área tão extensa — quase 220 mil hectares se incluídas as áreas de reserva legal de empresas e de propriedades particulares — exige um esforço para garantir a participação de comunidades. Um dos meios mais eficientes é a utilização do Conselho Consultivo de unidade de conservação que reúne lideranças locais, de órgãos públicos e privados para discutir as questões da área.

“Nos próximos dias, integrantes dos conselhos destas unidades de conservação tomarão posse, até o final do ano, teremos três. Essa divisão visa melhorar a gestão das unidades e aumentar a participação dos atores envolvidos”, diz o supervisor.

A elaboração dos planos de manejo para todas as unidades de conservação também está em curso. O estudo técnico é necessário para listar as características da unidade e o zoneamento, sendo um instrumento de consulta sobre as questões ambientais, socioeconômicas, históricas e culturais das reservas. As APAs Serra do Sabonetal e Lagedão já têm os documentos prontos.

Revitalização

As unidades de conservação do SAP Jaíba cumprem papel de grande relevância ambiental, protegendo a maior parte do bioma Caatinga existente no território. Também são repositório da fauna aquática, abrigando cursos d´água menores que desaguam no rio São Francisco.

Mario Lúcio dos Santos explica que as lagoas marginais, que se formam à medida que o rio São Francisco ganha volume com as chuvas, também armazenam grande número de peixes. “O IEF realiza um trabalho de revitalização dos lagos para permitir que o ecossistema do rio permaneça sustentável”, afirma.

Constantemente, as equipes do IEF promovem ações de recuperação em cursos d’água e nas lagoas marginais, promovendo mutirões de limpeza, além do cercamento e recuperação de nascentes. Também são realizados trabalhos de sensibilização com professores e alunos de escolas locais e moradores das comunidades locais sobre a importância da preservação da fauna e flora da região.

Unidades

O Parque Estadual da Mata Seca é a caçula das unidades de conservação do Sistema de Áreas Protegidas (SAP) do Projeto Jaíba. Ele está localizado no município de Manga e tem área de cerca de 15 mil hectares, abrigando grandes remanescentes da mata que dá nome ao Parque, cujo símbolo é a Barriguda, uma árvore paineira.

Em Matias Cardoso, o Parque Estadual da Lagoa do Cajueiro também abriga grandes lagoas marginais formadas pelas cheias do rio São Francisco, além da ilha do Cajueiro. Ele foi criado em 1998 e tem área de 20.500 hectares. No local é possível encontrar espécies como a anta, a onça pintada, o jacaré-de-papo-amarelo e o tamanduá.

No mesmo município, o Parque Estadual Verde Grande possui cerca de 25 mil hectares e também foi criado em 1998. A parte norte da unidade se localiza às margens do Rio Verde Grande, divisa de Minas Gerais com a Bahia. As lagoas recebem a visita de diversas aves migratórias para reprodução, formando os chamados ninhais.

Unidades que formam o SAP do Projeto Jaíba:

Reserva Biológica Serra Azul
Data de criação: 8 de outubro de 1998
Área: 3.840,95 hectares
Município: Jaíba


Reserva Biológica Jaíba
Data de criação: 4 de julho 1973
Área: 6.358,00 hectares
Município: Matias Cardoso


Área de Proteção Ambiental (APA) Serra do Sabonetal
Data de criação: 8 de outubro 1998
Área: 82.500,00 hectares
Município: Itacarambi, Jaíba e Pedras de Maria da Cruz


Área de Proteção Ambiental (APA) Lagedão
Data de criação: 8 de outubro de 1998
Área: 12.000 hectares
Município: Matias Cardoso


Parque Estadual da Mata Seca
Data de criação: 20 de dezembro de 2000
Área: 15.360,07 hectares
Município: Manga


Parque Estadual Verde Grande
Data de criação: 8 de outubro de 1998
Área: 25.570 hectares
Município: Matias Cardoso


Parque Estadual da Lagoa do Cajueiro
Data de criação: 8 de outubro de 1998
Área: 20.500 hectares
Município: Matias Cardoso

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

DEER comemora 30 anos de Educação para o Trânsito




Nessas três décadas, departamento já orientou quase de 9 milhões de pessoas sobre comportamento seguro no trânsito
Mario Chrispim/DEER
Principal debate do seminário discutiu a participação da mídia como parceira na divulgação de ações educativas


Dentro das atividades da Semana Nacional de Trânsito 2019, o seminário “No Trânsito, o sentido é a vida”, realizado nesta quinta-feira (12/9), na sede do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG), marcou as comemorações de 30 anos do setor de Educação para o Trânsito, do departamento, que, nessas três décadas, realizou 27.890 ações educativas, com 8,8 milhões de pessoas orientadas em todo o estado.

O evento discutiu políticas públicas e ações de educação no trânsito, além do papel da mídia como agente incentivador e estimulador de comportamentos mais adequados de motoristas e pedestres no trânsito.O secretário de Infraestrutura e Mobilidade, Marco Aurélio Barcelos, enfatizou a importância do papel educador do Estado (Crédito: Mario Chrispim/DEER)

O principal debate do seminário reuniu jornalistas e representantes da mídia, o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Marco Aurélio Barcelos, e o diretor-geral do DEER/MG, Fabrício Sampaio, para discutir a participação da mídia como parceira na divulgação de ações de educação para o trânsito.

Na abertura das discussões, foram apresentados alguns dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), demonstrando que no mundo morrem 1,3 milhão de pessoas por ano e 20 milhões ficam feridas no trânsito.

Além disso, os números mostram que o trânsito é a primeira causa de morte na faixa etária de 15 a 29 anos, principalmente nos países em desenvolvimento que concentram 90% das mortes, apesar de deterem apenas 50% da frota em comparação aos países desenvolvidos. A previsão é de que, até 2020, serão 2,5 milhões de mortes, ou seja, um número semelhante à população de Belo Horizonte.

Conscientização

Para o diretor-geral do DEER/MG, Fabrício Sampaio, a Educação para o Trânsito é de fundamental importância para melhorar esse cenário. “O elemento transformador das futuras gerações é a inclusão de uma disciplina voltada para o trânsito no currículo do ensino fundamental. As mídias sociais podem se tornar grandes aliadas e, complementar o papel pedagógico fora do ambiente escolar”, completou.

Opinião semelhante foi defendida pelo secretário Marco Aurélio Barcelos. “Precisamos reinventar o relacionamento do Estado no seu papel educador. Não há uma fórmula única a ser adotada em relação à educação para o trânsito. Uma estratégia utilizando o link da mídia precisa ser aprimorada e aprofundada, voltando-se para o aspecto humano, com o objetivo de perenizar um comportamento mais adequado no trânsito”, finalizou.

SOS Trânsito

Durante o evento, o DEER/MG também comemorou um marco na Educação para o Trânsito. Há 30 anos o departamento inovou e criou, de forma pioneira, o projeto SOS Trânsito. A iniciativa aconteceu oito anos antes de se tornar obrigatória, por lei, que todos órgãos componentes do Sistema Nacional de Trânsito tivessem em suas estruturas um setor de Educação para o Trânsito.

Para Rosely Fantoni, coordenadora de Educação para o Trânsito do DEER/MG, todo cidadão pode - e deve - transformar o seu comportamento no trânsito, com objetivo de celebrar a vida, a família e a comunidade. “Quando nos deslocamos em rodovias e centros urbanos, como pedestres ou motoristas, devemos sempre estar motivados em agir com segurança e dar exemplo para um trânsito mais seguro”, enfatiza.

O diretor de Fiscalização do DEER/MG, Anderson Tavares, lembrou que a Educação para o Trânsito deve ser alicerçada pelos pilares do respeito, da cortesia, da cooperação, da solidariedade e da responsabilidade. “Juntos, estes pilares constituem os eixos determinantes da transformação do comportamento das pessoas no trânsito e, por isso, devem ser passados de geração em geração”, concluiu.

Na ocasião, os Correios lançaram um selo personalizado, que, além de possuir real valor de porte, é uma peça de coleção que registra e divulga este importante marco da história do DEER/MG.

Palestras

Ainda durante os trabalhos, palestras trataram de outros assuntos envolvendo a temática trânsito.

Com o tema “Inovação em mobilidade, uma saída em tempo de crise”, o especialista em marketing e transporte, Rogério Sganzerla, destacou que “a mobilidade urbana vem passando por uma série de transformações, com o surgimento de novas formas de deslocamento incorporadas à realidade e ao contexto das cidades, como o uso de patinetes e bicicletas. Uma perspectiva para o futuro será o uso de processos digitalizados, com base na inteligência artificial, para criar plataformas de mobilidade urbana nas cidades, adequadas às necessidades do usuário”.

Já a palestrante Edina Bonsucesso, falou sobre “Motivação e resiliência no trabalho”, e lembrou que “a sociedade só se desenvolve quando todas as habilidades individuais são valorizadas, para se alcançar o objetivo comum de colocar em prática as ações educativas”.

As atividades foram encerradas com a apresentação da companhia teatral Transitando em Aventuras no Trânsito.
Crédito: Divulgação/DEER

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Circuito Liberdade apresenta programação cultural de agosto




Entre as atrações, destaque para o Dia do Patrimônio Cultural, com direito a gastronomia, arte e visitas guiadas
Lúcia Sebe

Em agosto, a programação dos espaços do Circuito Liberdade terá diversas novidades, entre oficinas, bate-papos e outros eventos. O Circuito também apresenta exposições de longa duração e programações acessíveis a pessoas com deficiência.

Em comemoração ao Dia do Patrimônio Cultural (celebrado em 17 de agosto), o Circuito Liberdade vai oferecer extensa programação focada em “Cozinha e Cultura Alimentar”. Ao longo de uma semana, haverá atrações como mesas redondas (temas como “Sistemas agrícolas como Patrimônio Cultural”), exposições de fotografias sobre a cultura alimentar mineira, rodas de conversas (com os temas “O Patrimônio Imaterial e a festa na mesa: sociabilidade, rituais e alimentação”, “Queijo de Minas: saberes locais e o patrimônio cultural” e “Tradição e Renda: Redes locais e as possibilidades de desenvolvimento social”), além de performance artísticas, feiras gastronômicas e visitas guiadas.

Além das atrações específicas em sintonia com o Dia do Patrimônio Cultural, equipamentos integrantes do Circuito também apresentam novidades para o mês de agosto. A Academia Mineira de Letras realiza o seminário do Núcleo de Estudos Judaicos da UFMG com as doutoras Cláudia Maia, Ethel Mizrahy Cuperschmid e Lucíola Macedo para falar do tema “Primo Levi 1919 – 2019”. Além disso, o espaço aborda os 50 anos da 1ª edição de “Fenomenologia da obra literária”, de Maria Luíza Ramos, com a doutora em Literatura Comparada pela Universidade de Paris VII, Eneida Maria de Souza.

No Centro Cultural Minas Tênis Clube, por sua vez, destaque para a apresentação única da cantora Laura Carolina, que faz homenagem ao cantor e compositor Vander Lee, com Amor de Pai. Revivendo os clássicos de Elvis Presley, o espetáculo do The Concert faz conexão com o talento do cantor, sua potência vocal e os arranjos Rei do Rock da década de 50. Na pegada dos clássicos, o espaço também realiza o tributo à artista norte-americana Nina Simone, com as cantoras Alma Thomas e Ellen Oléria.

O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal tem, entre suas atrações para o mês, o bate-papo e gravação de podcast do programa Cinema&Ciência, com o tema Animais Peçonhentos. Com a participação de Renato Silveira e Raquel Gomes, do Cinematório, e a professora Giselle Agostini Cotta, o bate-papo abordará filmes famosos que se relacionam com o tema, como Anaconda e Indiana Jones. Com roda de conversa, o museu ainda recebe a Aldeia Jabuticaba para tratar de “A infância na literatura brasileira”. A temática convida pais e educadores para refletir sobre a inserção da criança em grandes obras literárias brasileiras de autores como Guimarães Rosa, Fernando Sabino, Cora Coralina e Manoel de Barros.

Neste mês também acontece a IV Primavera Literária no Centro Cultural Banco do Brasil, uma festa da literatura que reúne mais de 40 editoras independentes, além de uma programação intensa de bate-papo com autores, oficinas, contação de histórias e palestras. Ainda no mundo literário, o espaço apresenta o espetáculo Nastácia, que traz a história de Nastácia Filíppovna, heroína do romance “O Idiota”, de Dostoiévski. Com entrada franca, a exposição Paul Klee - Equilíbrio Estável reúne mais de 100 obras do suíço, pintor e poeta, que transitou por diversos estilos, como o Cubismo, Expressionismo Alemão, Construtivismo e Surrealismo.

A Casa Fiat de Cultura preparou para o público, em agosto, atrações como a exposição Beleza em Movimento, que mostra a originalidade e a elegância visionária dos ícones do design italiano no século XX. O evento ainda apresenta cinco importantes ícones do design de automóveis, como o Casas Bertone e Zagato. Para intensificar e aprofundar sobre o assunto, o equipamento oferece o minicurso “História do Automóvel, uma paixão que atravessa o século XX”, que propõe uma discussão da cultura automobilística.

No Memorial Minas Gerais Vale, o Coral Jovem Sesc demonstra a percepção musical dos 60 jovens com idade entre 15 a 18 anos, numa apresentação sob o comando da maestrina Flávia Campanha. O museu no mês de agosto conta também com a palestra “Favela - Formação e Potencialidades”, que aborda aspectos da concepção das favelas em Belo Horizonte.

Comemorando os 50 anos da Coleção Mineiriana, a exposição Moda e Economia Mineira, chega à Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, com obras de autores importantes que contam a trajetória da moda no estado. O evento conta com croquis e materiais produzidos por alunos do Curso de Moda da Fumec.

Já o Espaço do Conhecimento UFMG dá continuidade, neste mês, às atividades e oficinas relacionadas ao universo científico. Todos os sábados acontece a Observação Noturna do Céu e do Sol. Às terças e sextas, as exposições “Energia em Movimento”, “Janela Lateral”, “Demasiado Humano” e “Astronomia Política: entre eclipses e cometas” ficam à disposição do público, com a classificação livre.

A programação relacionada ao Dia do Patrimônio pode ser consultada em www.circuitocultural.mg.gov.br. Já a programação geral de agosto para os equipamentos integrantes do circuito está disponível neste link.

terça-feira, 30 de julho de 2019

Funed utiliza o artesanato na divulgação científica




Iniciativa da fundação transforma produtos que seriam descartados em materiais lúdicos e educativos
Lucas Oliveira
Aranha gigante foi criada a partir do reaproveitamento de materiais


Uma bola velha de futebol, rolinhos de papel higiênico, jaleco descartável e feltro. Com muita criatividade, nas mãos das servidoras da Fundação Ezequiel Dias (Funed), esses materiais são ressignificados e transformados em maquetes, réplicas de alimentos e de aranha que tornam lúdica a educação e a divulgação científica.Crédito: Lucas Oliveira

Quando a servidora do Programa Ciência em Movimento Luzia Marta Dias desmontou uma árvore de Natal – que estava em frente ao galpão do programa – , viu que duas bolas juntas formavam o corpo de uma aranha. Não teve dúvidas: as bolas iriam se transformar em uma aranha gigante. Durante três meses, a servidora se dedicou para que a cópia fosse a mais próxima e biologicamente parecida com uma de verdade. Mesmo não sendo artesã, aprendeu com muita pesquisa, persistência e tentativas.

“Quando a gente gosta do que faz e gostamos de criar, nós imaginamos e pesquisamos. Fui fazendo e descobrindo que daria certo”, conta a servidora sobre os desafios do processo. “A gente aprende fazendo, ali não tem teoria nenhuma, tem é prática. Se der errado, a gente começa de novo e conserta”, complementa Luzia.

A primeira viagem da aranha foi em maio e ela foi para a cidade natal do pesquisador Ezequiel Dias, Macaé, no estado do Rio de Janeiro, quando o Programa Ciência em Movimento participou de uma homenagem ao pesquisador. Por ter sido a sua primeira viagem e em homenagem ao Ezequiel Dias, a equipe do Programa a batizou como Zequinha. “As crianças gostam muito do Zequinha, inclusive, lá no Rio de Janeiro, uma criança sentou na cabeça da aranha porque achou que ela era linda demais. A cabeça afundou um pouco, mas nada que a gente não consiga resolver”.Crédito: Lucas Oliveira

Por sua vez, a servidora Joana Darc, do Programa Ciência em Movimento, viu que a atenção do público é maior se houver uma maquete na exposição, principalmente quando é preciso abordar temas mais complexos. A servidora conta que, em Bambuí, precisaram explicar a forma de transmissão da doença de chagas. Para isso, usaram uma maquete de uma casinha de pau a pique emprestada de um museu da cidade. “Foi um sucesso na exposição”, destaca.

Joana revela que fez questão de fazer uma surpresa para a equipe e construiu a casinha longe do galpão. Feita com palitos de picolé, bambu, taboa e barro, ela contou com a colaboração de outros setores, com equipamentos, ferramentas e materiais. A servidora fez a casinha em 30 dias, mesmo sem nunca ter feito nada parecido. “Só vi um modelo e vi como era feito”, conta.

O Serviço de Análise de Rotulagem da Diretoria do Instituto Otávio Magalhães (DIOM) também aderiu ao artesanato em suas Palestras de Segurança Alimentar e Nutricional, que são realizadas para crianças de 8 a 14 anos participantes do programa Funed na Escola.

A partir de agosto, o serviço irá usar réplicas de produtos como frutas, verduras, leite, biscoitos e ovos para ilustrar o conteúdo das palestras. “Com o material feito em feltro, além de ser lúdico, é mais fácil de transportar, leve, educativo e as pessoas podem manipular com facilidade”, explica a chefe do serviço, Valéria Regina Vieira.Crédito: Lucas Oliveira

As réplicas foram criadas pela servidora da Assessoria de Comunicação Social, Adriana Petrocchi, que também já fez uma maquete para o Programa Ciência em Movimento. O trabalho mostra todo o ciclo de produção de soros da Funed, desde a etapa de desenvolvimento do medicamento, passando pelo processo industrial, até chegar ao cidadão. Segundo Adriana, o uso do artesanato na divulgação científica e nas ações de educação estimula o lado criativo e lúdico das pessoas, pois “resgata um brincar, uma interação de forma diferente e, por ser mais tátil, estimula a criatividade”, explica.

O Programa Ciência em Movimento faz questão de usar produtos que a Funed iria descartar e que possam ser reaproveitados. Assim foi com as bolas infantis, o arame e o jornal que formam o corpo da aranha Zequinha. A casinha de pau a pique também foi feita com palitos de sorvete e com a base de madeira que seria descartada e ganhou um novo uso. A equipe já está preparando uma companheira para a Zequinha e, em breve, irá finalizar uma serpente produzida com rolos de papel higiênico e jaleco descartável.

Ciência em Movimento

A Fundação Ezequiel Dias disponibiliza para todo o estado de Minas Gerais o Programa Ciência em Movimento, um caminhão diferente que leva conhecimento científico e informação para as comunidades. O objetivo é difundir o conhecimento científico e tecnológico, com linguagem lúdica e popular, estabelecendo uma relação de diálogo entre os pesquisadores e a sociedade e entre ciência, saúde e cultura.

Com linguagem acessível e exposições interativas, os visitantes têm acesso a exposições sobre animais peçonhentos (morfologia e diversidade animal), produção de medicamentos e soros, vigilância sanitária e epidemiológica, entre outros. O programa também oferece oficina de reciclagem, jogos interativos e Cine Saúde, com exibição de vídeos relacionados aos temas expostos.

Acesse aqui e saiba como receber o Programa Ciência em Movimento na sua cidade.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Minas Gerais oferece atrações diversas para turistas da Copa América




Estado vai sediar jogos da competição e recebe torcedores com opções turísticas e culturais para todos os gostos
Sérgio Mourão/Acervo Setur-MG
São Lourenço é uma das cidades conhecidas pelo poder medicinal das águas minerais

Destino certo para quem deseja recarregar as energias em suas cachoeiras, contemplar as paisagens do interior ou mergulhar nas centenas de atrações culturais da capital, Minas Gerais acolhe os turistas de braços abertos. O estado vai receber cinco partidas da Copa América 2019, sendo quatro da primeira fase, em junho, e uma das semifinais, no dia 2 de julho. Além dos jogos, os torcedores brasileiros e de outros países que passarem por Minas terão outras inúmeras opções de entretenimento.

Com a segunda maior população do Brasil e 853 municípios, o estado possui vasta riqueza cultural, incluindo a gastronomia diversificada, o patrimônio histórico e a natureza exuberante.Mineirão (Crédito: John Brandão)

Em Belo Horizonte, que está a aproximadamente uma hora de voo do Rio de Janeiro, de Vitória, São Paulo, Brasília e Salvador, ocorrem todas as partidas da etapa mineira do campeonato. Os jogos serão disputados no Mineirão.

Inaugurado em 1965, o estádio tem, hoje, capacidade para 62 mil pessoas, sistema de iluminação inteligente, detectores de incêndio em todos os ambientes e um sistema de sonorização com aproximadamente três mil caixas acústicas. O Gigante da Pampulha ainda abriga o Museu Brasileiro do Futebol (MBF), que preserva e expõe de forma interativa artefatos materiais e imateriais do futebol brasileiro.

Com variedade de espaços culturais e parques, muitos deles gratuitos, além de restaurantes, bares e botecos, a capital mineira oferece tanto roteiros de baixo custo quanto os mais sofisticados.

O que escolher?

Uma opção é o Mercado Central, que completa 90 anos em setembro deste ano. Situado no centro de BH, o local propicia diferentes experiências culturais e gastronômicas. Lá, é possível encontrar artesanato de várias regiões de Minas, além de experimentar os famosos pratos típicos mineiros, queijos da Serra da Canastra, cafés especiais, cachaças, doces e embutidos.

Para um passeio cultural diversificado, nada melhor que conhecer o Circuito Liberdade, localizado na Praça da Liberdade, na região Centro-Sul da capital. São 16 equipamentos culturais, dentre museus e centros de cultura e formação, como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Memorial Minas Gerais, o Museu das Minas e do Metal, o Espaço do Conhecimento UFMG, a Casa Fiat de Cultura, o Centro de Arte Popular, o Museu Mineiro e o BDMG Cultural. Todos os espaços contam com exposições e programações especiais gratuitas.

O Conjunto Moderno da Pampulha, que leva as assinaturas de Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx e Candido Portinari, também merece visita. O complexo se tornou, em julho de 2016, Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).A Igreja do Rosário, em Ouro Preto (Crédito: Acervo Setur-MG - Xará)

Paisagens inspiradoras

Para o visitante que quiser relaxar e conhecer o interior de Minas, uma boa opção é conhecer a estâncias hidrominerais. Em Araxá e Poços de Caldas, o destaque são os banhos termais. No Circuito Turístico das Águas, no Sul de Minas, 14 municípios acolhedores oferecem várias opções de passeios, turismo rural e clima ameno.

Em cidades como São Lourenço, Caxambu e Cambuquira, o poder medicinal das águas minerais pode ser experimentado em banhos especiais, massagens e também direto na fonte, em belos parques. As paisagens são marcadas pelos típicos “mares de morros”, salpicados de pequenos rebanhos de gado ou plantações de café.

Minas Gerais também possui 17 parques naturais com atividade turística. Entre os destaques, está o Pico da Bandeira, o terceiro maior do Brasil, localizado no Parque Nacional do Caparaó. Em terras mineiras fica ainda a terceira maior queda d’água do país, a Cachoeira do Tabuleiro, no Parque Estadual Serra do Intendente, e o terceiro maior sistema de lagos do Brasil, o Parque Estadual do Rio Doce.

Em busca da história

Falar em Minas Gerais sem mencionar as cidades históricas é impossível. Nesses municípios, o visitante vai encontrar acervos artísticos e arquitetônicos conservados nas igrejas, museus, ruas e casario que preservam a tradição e a memória mineira. Durante todo o ano, são realizadas festas populares que atraem turistas de toda parte, interessados em vivenciar as marcantes celebrações religiosas.

Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Diamantina, Sabará, Serro, São João del-Rei, entre muitas outras, guardam relíquias da arte barroca, conhecida no mundo inteiro pelas obras de artistas como Aleijadinho e Mestre Athaíde. É uma verdadeira viagem no tempo, que permite compreender de perto a história do Brasil e admirar a arquitetura bem preservada desde a época colonial.

Vale lembrar que Minas é o único estado brasileiro que possui quatro patrimônios culturais da humanidade declarados pela Unesco: além do Conjunto Moderno da Pampulha, os centros históricos de Ouro Preto e Diamantina e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas.

sábado, 18 de maio de 2019

Últimos dias para participar da 17ª Semana Nacional de Museus




Programação gratuita vai até domingo, com atrações nos museus vinculados à Secretaria de Cultura e Turismo
Jomar Bragança
O Museu das Minas e do Metal recebe mostra fotográfica até o último dia da programação

A programação da 17ª Semana Nacional de Museus movimenta, até domingo (19/5), espaços culturais ligados ao Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo. Ao todo, são 558 atividades, com o tema “Museus como núcleos culturais: o futuro das tradições”, que envolvem 88 municípios mineiros. A semana é uma realização do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

Neste sábado (18/5), por exemplo, o Museu Mineiro realiza, das 14h às 16h, a “Oficina: Brincadeira Tradicionais: Confecção de Peteca”, oferecendo aos visitantes a oportunidade de construir seu próprio objeto para a prática do esporte. A atividade também acontece no domingo, no mesmo horário. O equipamento cultural ainda abriga a “Oficina: Cápsula do Tempo do Museu Mineiro", que convida o público a escrever mensagens em forma de cartas para serem abertas uma vez por ano. O objetivo é revisitar o passado e acompanhar gradativamente as mudanças próprias da passagem do tempo.

Os equipamentos do Circuito Liberdade também participam da programação. A Casa Fiat de Cultura promove o evento “Encontros com o Patrimônio - Museu de arte: diálogos para o futuro” com a visitação guiada à exposição “Silêncios Seletivos”, da artista Luiza Nobel, em cartaz na Piccola Galleria. A visitação é gratuita e acontece nos dias 18 e 19/5 (sábado e domingo), às 10h30, 14h e 16h. São 15 vagas disponibilizadas por horário.

O Espaço do Conhecimento UFMG também está em sintonia e apresenta a relação entre os saberes indígenas e a vida nas sociedades modernas, com a exibição de documentários sobre o tema. No domingo (19/5), às 14h, os visitantes poderão conhecer mais sobre a etnia Kayapó e o povo Umitina, com a exibição de “Filhos de Guerreiros” e “O Sonho de Éder”.

Já o CCBB traz em sua programação a relação das mulheres e a capoeira com o debate “Múltiplo ancestral - O feminino futuro da capoeira”. O bate-papo acontece no domingo (19/5), às 10h, e vai contar com a participação da primeira mestra de Capoeira Angola de Minas Gerais, Alcione Oliveira.

Outro destaque está no Museu MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal, que recebe a mostra fotográfica “Ornamento: um inventário de grades ornamentais em Belo Horizonte (e outras belezas) – exposição fotográfica”, de Fernanda Goulart. Os interessados têm até este domingo (19) para conhecer o trabalho.

A programação completa da 17ª Semana Nacional dos Museus dos museus vinculados à Secult pode ser acessada neste link.

Atividades

Na cidade histórica de Mariana, o Museu Casa Alphonsus de Guimaraens realizou na sexta-feira (17/5) o sarau litero-musical “Cantando Alphonsus”, em homenagem a um dos mais importantes poetas simbolistas do Brasil. Em Ouro Preto, o Museu Casa Guignard expôs os trabalhos do grupo de Bordadeiras de Cachoeira do Campo, na mostra "Tradição e Modernidade", e promoveu o curso de bordado “As obras de Guignard", ministrado pelo Grupo Mulheres de Fibra.

Como parte integrante da programação, o Museu Mineiro, vinculado à Secult, também abriu, nessa semana, o “Ciclo de Palestras: Minas das Artes, Histórias Gerais”, que dá título à exposição de longa duração do espaço. A atividade, gratuita e aberta ao público, aborda as características da mostra e dialoga com a perspectiva de que o equipamento é um polo irradiador da cultura mineira, auxiliando no desenvolvimento de uma leitura crítica sobre a história da arte no estado. As palestras estão sendo ministradas pelos curadores da exposição: Adalgisa Arantes Campos, René Lommez Gomes, Paulo Schmidt, Ricardo Giannetti e Marcos Hill.

Para Marcelo Matte, secretário de Estado de Cultura e Turismo, a realização do ciclo de palestras em conjunto com a abertura da nova exposição de longa duração demonstra a importância do Museu Mineiro nas discussões contemporâneas sobre o papel desses equipamentos no fomento à cultura. “Os museus podem e devem ser espaços de construção coletiva de saberes e elaboração de conteúdos e não apenas espaços depositórios de acervos. A abertura desta exposição, junto ao ciclo de palestras, consagra os esforços empenhados em transformar e revitalizar a instituição a partir de uma nova configuração do espaço e da expografia”, avalia o secretário.

Serviço:

17ª Semana Nacional dos Museus
Período: 13 a 19 de maio de 2019
Locais: Centro de Arte Popular-Cemig (BH), Museu dos Militares Mineiros (BH), Museu Mineiro (BH), Museu Casa Guignard (Ouro Preto), Museu Casa Alphonsus de Guimarães (Mariana) e Museu Casa Guimarães Rosa (Cordisburgo)
Atividade gratuita

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Saúde esclarece mitos sobre a vacina contra gripe




Ao contrário do que dizem informações falsas, imunização contra a Influenza não transmite a doença, nem faz mal para gestantes
Marcus Ferreira
A campanha de vacinação contra a Influenza vai até o dia 31 de maio

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe está em vigor e cerca de 3,8 milhões de doses da vacina já foram distribuídas aos postos de saúde de todo o estado. Mesmo com a campanha realizada todos os anos, uma série de mitos e informações falsas sobre a vacina e também sobre a doença é difundida, o que pode provocar confusão em parte da população sobre quais são as reais medidas de prevenção e tratamento.

Um dos mitos mais comuns é o de que a vacina contra a gripe transmite a doença. Contudo, a coordenadora de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Josianne Dias, explica que a informação é falsa.

“A vacina contra a gripe é fragmentada e inativada, sendo totalmente segura e incapaz de provocar a doença. As pessoas que ficam gripadas após tomarem a vacina provavelmente adquiriram outras doenças respiratórias ou já tinham o vírus e a vacina não teve tempo suficiente para fazer seu efeito, pois a detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 a 3 semanas após a vacinação. A vacina contra a gripe, portanto, não transmite gripe e cumpre seu papel de diminuir consideravelmente o número de complicações, internações e óbitos por influenza”, afirma.

Outra informação incorreta é a de que a vacina pode fazer mal para gestantes. Pelo contrário: a vacinação contra o vírus influenza em gestantes é uma estratégia eficaz de proteção para a mãe e para o lactente. Além de proteger a mãe, a vacinação durante a gestação reduz o impacto da doença em bebês e o risco de hospitalização, que é muito elevado nos primeiros meses de vida.

“As gestantes fazem parte do grupo elegível da campanha de vacinação e não só podem como devem comparecer aos postos de saúde e se vacinarem. É importante ressaltar que as grávidas têm maior risco de desenvolver formas graves de doenças respiratórias e, por isso, ter altas taxas de mortalidade”, explica Josianne Dias.

Mais uma questão que costuma gerar dúvidas é a necessidade de se tomar a vacina contra a gripe todos os anos. Quem tomou a vacina no ano passado deve, sim, se vacinar novamente em 2019, pois a proteção conferida pela vacinação é de aproximadamente um ano, motivo pelo qual é feita anualmente. Além disso, a constante mudança do vírus influenza requer uma frequente reformulação da vacina.

Dúvidas sobre a doença

Questões relacionadas à gripe também costumam gerar informações desencontradas entre a população. Uma delas é a de que tratamentos caseiros, entre eles a ingestão de chás, mel, limão e outros alimentos, curam a gripe. Nesse caso, é importante frisar que tratamentos feito em casa, sem o acompanhamento dos serviços de saúde, terá a mesma ação de medicamentos antivirais disponíveis atualmente para tratar a gripe. Portanto, em caso de sintomas, é fundamental procurar o serviço de saúde mais próximo.

Confira, a seguir, outras dúvidas comuns sobre a doença:


A gripe pode matar?

Verdade. Se não for tratada a tempo, a gripe pode causar complicações graves, inclusive a morte, principalmente nos grupos de alto risco, como crianças menores de 5 anos, gestantes, adultos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais.

Lavar as mãos com frequência ajuda na proteção contra a gripe?

Verdade. Além disso, existem outras ações simples que colaboram na prevenção da doença. Entre elas está manter as vias respiratórias bem hidratadas para evitar a entrada de vírus e bactérias, evitar locais com aglomerações de pessoas e pouca circulação de ar, manter as janelas dos ônibus sempre abertas, jogar lenços de papel no lixo, usar a parte interna do braço ao tossir ou espirrar, evitar compartilhar alimentos e objetos de uso pessoal. No caso de crianças menores de 6 meses, que ainda não receberam todas as vacinas, é importante não deixá-las expostas a locais com aglomerações, como shoppings e ônibus.

Gripe e resfriado são a mesma coisa?

Não. O resfriado também é uma doença respiratória e é frequentemente confundido com a gripe. O resfriado, entretanto, é causado por vírus diferentes dos da gripe.Por isso, em caso de sintomas como febre alta, mal estar, dor muscular e de garganta e coriza, é fundamental procurar o serviço de saúde mais próximo para que profissionais possam avaliar o caso e prescrever o tratamento mais adequado.

sábado, 23 de março de 2019

Governo lança programa de revitalização de bacias




Proposta foi apresentada na Semana da Água e pretende ir além das ações de recomposição e restauração florestal
Divulgação/Semad
O programa foca em áreas prioritárias definidas a partir de critérios técnicos

O Governo de Minas Gerais acaba de oficializar, em sintonia com o Dia e a Semana Mundial da Água, o lançamento do Programa Estratégico para Revitalização de Bacias Hidrográficas. A ideia é estabelecer uma nova perspectiva para o trabalho com a revitalização de bacias, indo além das ações habituais. No programa, estão mantidas as ações de recuperação e reflorestamento, mas o diferencial está justamente na integração com o uso de novas tecnologias para o uso sustentável de água, saneamento e abastecimento de água e esgoto.

De olho na melhoria da qualidade e da quantidade de água, numa visão ampliada sobre a revitalização das bacias, o programa foca em áreas prioritárias, definidas a partir de critérios técnicos. Neste contexto, conta com a união de ações desenvolvidas também por outros órgãos do Estado.

“Minas Gerais se destaca do ponto de vista econômico e ambiental, e a água tem uma função extremamente importante nisso. Com o lançamento desse programa, iremos desenvolver ações por meio da segurança hídrica, do reflorestamento e do uso de novas tecnologias que poderão garantir maior excelência na gestão das águas em nosso estado”, disse o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano Vieira, na ocasião de lançamento do programa.

Segundo Vieira, todo o projeto está estruturado metodologicamente, com a definição de ações, metas e resultados, que serão construídos em parceria, inclusive com a sociedade, por meio de uma Consulta Pública. "As premissas estão postas. Agora, vamos estabelecer junto com a sociedade, com os Comitês de Bacia e com outros órgãos de governo quais serão as ações a serem desenvolvidas”, frisou o secretário.

Alguns exemplos, como a recuperação de nascentes e de áreas degradadas, além de ações de incentivo para uso de tecnologias de reuso de água, seja na indústria, como na agricultura, também foram citados por Germano Vieira. “Essas ações poderão ser realizadas em parceria com a sociedade civil e também com a iniciativa privada”, disse.

Presente na abertura da Semana da Água, a secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Ana Maria Valentini, reforçou que o termo "revitalização de bacias" precisa sair do discurso e ir para a prática. Na oportunidade, ela apresentou algumas ações desenvolvidas pela Seapa que refletem na estratégia de recuperação, como a construção de barraginhas e a proteção de nascentes e matas ciliares. “Estamos sempre preocupados e trabalhando na intensificação dos esforços na busca pela sustentabilidade”, pontuou.

Valentini também falou sobre a ferramenta do Zoneamento Ambiental Produtivo (ZAP), desenvolvida em parceria com a Semad, que permite o diagnóstico de bacias hidrográficas. As informações da base de dados são de extrema importância para a tomada de decisão e fomento de diretrizes ambientais. O ZAP realiza levantamentos como a disponibilidade hídrica superficial, o uso e ocupação do solo e a caracterização de unidades de paisagem, de forma a possibilitar o cruzamento de dados relevantes para gestão da bacia hidrográfica ou de um conjunto de bacias.

Também presente na abertura da Semana da Água, o vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, reforçou a importância do programa lançado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), por meio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).

“Precisamos pensar a política da água como uma política pública e não de Estado. Por isso, o desenvolvimento de ações a longo prazo são muito importantes. Para isso, precisamos também confiar, induzir e comprometer as pessoas no desenvolvimento dessas ações de melhoria das águas de onde vivemos”, afirmou o vice-governador.

A diretora-geral do Igam, Marília Melo, apresentou a publicação “Gestão de Bacias Hidrográficas – critérios para definição de áreas prioritárias para Revitalização”. Segundo ela, o documento reúne diretrizes para a definição dos pontos em que, nesta 1ª etapa, vai atuar o Programa Estratégico para Revitalização de Bacias Hidrográficas.

“Estamos na fase de mapeamento dessas áreas. Nisso, a percepção da sociedade também é muito importante e será agregada por meio de consulta pública a ser realizada em meados do segundo semestre de 2019”, afirmou.

A diretora-geral também realizou, na programação da Semana da Água, o lançamento da Revista Mineira de Recursos Hídricos. A publicação terá como missão conhecer e disseminar novas e relevantes pesquisas científicas na área de gestão de recursos hídricos. “Nosso objetivo é trazer a academia para órgão público, nos apropriando do conhecimento acadêmico para contribuir no aprimoramento contínuo da execução da política pública das águas em Minas Gerais”, reforçou.

Em breve, será lançado um Edital de Chamamento Público para que a 1ª Edição da revista possa receber os artigos científicos. A publicação terá periodicidade semestral e será editada em formato eletrônico.

sábado, 9 de março de 2019

Elas fizeram a diferença na tragédia de Brumadinho




Servidoras estaduais, de áreas diversas, representam as centenas de mulheres que ajudaram vítimas e familiares
Montagem/Agência Minas


GALERIA
Servidoras estaduais, de áreas diversas, representam as centenas de mulheres que ajudaram vítimas e familiares




Durante a Conferência Internacional de Mulheres Trabalhadoras, realizada na Dinamarca em 1910, a jornalista, professora e política alemã, Clara Zetkin, propôs que todas as mulheres do mundo se unissem, em uma mesma data, para dar voz às suas lutas e reivindicações. A proposta foi aprovada por unanimidade. Assim, surgiu o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 1911.

Passados 108 anos, as homenageadas, na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, em 2019, representam centenas de mulheres de diferentes áreas, servidoras do Estado de Minas Gerais, que atuaram na tragédia em Brumadinho, com o rompimento da Barragem 1 da Mina do Feijão. Cada uma delas contribuiu, de maneira especial, em todo o trabalho realizado, ajudando as vítimas e seus familiares.

Conheça um pouco destas mulheres, que formaram - e ainda formam - a força feminina em Brumadinho; já que muitas continuam trabalhando no local da tragédia.

Major Karla Lessa Alvarenga Leal – Piloto do Corpo de Bombeiros

A major Karla ficou conhecida, nacional e internacionalmente, após o resgate de uma sobrevivente de Brumadinho, mostrado ao vivo por uma emissora de TV. Recebe até hoje mensagens via rede social de pessoas que elogiam sua postura profissional e habilidade no resgate dramático. “As pessoas me ligaram do Oiapoque ao Chuí”, brinca. Teve até o caso de uma senhora de 82 anos, do interior do Rio de Janeiro, que, após ver as imagens do resgate, ligou para o batalhão para convidá-la para almoçar.




“É o meu trabalho, mas a repercussão e o fato de ter sido ao vivo mostrou para todos como é importante estar no lugar e hora certos. Isso é muito gratificante”.

Karla Lessa
Major e piloto do Corpo de Bombeiros



Naquele dia, ela foi a primeira a chegar ao local da tragédia, com mais cinco bombeiros. Diante da extensão da tragédia, não teve dúvidas e decidiu, em conjunto com os colegas, deixar o helicóptero o mais leve possível para fazer o maior número de resgates.Major Karla Lessa (Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG)

Além do treinamento, sinergia e habilidade, a bombeiro fala que é preciso ter medo, pois ele é quem limita a segurança das vítimas e dela própria. Apesar da gravidade da tragédia em Brumadinho, a major lembra que já esteve em situações de risco de morte, até mesmo com possibilidade de pane, no momento de um resgate.

“Não ter medo é perigoso”, alerta. Major Karla diz que espera que outras mulheres não desistam de sonhos e busquem realizar o que quiserem. “Podemos tudo “, conclui.

“A tragédia de Brumadinho foi, com certeza, a ação de maior envergadura de que participei. Não só pelo número de mortos, mas também pela enorme carga emocional exigida”, diz a major, piloto do Corpo de Bombeiros e primeira comandante de aeronaves do Brasil. Ingressou na corporação depois de ouvir a palestra de um bombeiro cadete na UFMG, onde cursava Engenharia Química. Não teve dúvidas: trancou a matrícula e se inscreveu no concurso público para Formação de Oficiais do Corpo de Bombeiros.

Nesses 20 anos, a major Karla passou por vários treinamentos, até se decidir, em 2009, se tornar piloto. Novamente se inscreveu em um concurso interno, sendo aprovada, após ser submetida a testes físicos, psicológicos, práticos e teóricos.

Casada, diz que a maternidade ainda não faz falta. “Foi opção não ter filhos. O meu trabalho, talvez, ficasse muito mais difícil, por saber que em casa, além do marido, deixei um filho”, diz, admitindo que nada é definitivo.



Sargento PM Gisele Bertucci – Polícia Militar Rodoviária

A sargento Bertucci considera Brumadinho o pior local onde atuou, pelo número de mortos e pela situação vivida por todos. Ela chegou cerca de uma hora após o rompimento da barragem e foi a responsável pelo cerco e bloqueio de carros nas rodovias de acesso ao local da tragédia. Além disso, ficou incumbida de impedir que familiares, moradores e curiosos chegassem próximo da região afetada.A sargento PM, Gisele Bertucci, da Polícia Militar Rodoviária (Crédito: Renato Cobucci/Imprensa MG)


“Nessa hora, as pessoas, por mais que queiram ajudar, acabam prejudicando. E podem aumentar o número de vítimas”, diz.

O que parece ser fácil, segundo ela, provoca reações inesperadas e mexem com o coração de qualquer um. A sargento lembrou o caso de um senhor que, apareceu pedindo para que o deixassem passar, pois precisava salvar sua família. Chegou a se ajoelhar e implorar pelo amor de Deus para que o liberassem. A sargento Bertucci ressalta que, mesmo impactada diante daquela situação, tem que fazer o seu trabalho. Felizmente, depois foi informada que todos os familiares daquele senhor aflito se salvaram.

“A mulher tem mais sensibilidade do que os homens, mas, em situações como a da tragédia de Brumadinho, temos de nos manter serenas para evitar que os sentimentos aflorem, além do normal. Todas nós sofremos com o impacto de tragédias como essas”. Desta forma, a 3º sargento Gisele Bertucci resumiu sua participação no pós-rompimento da barragem em Brumadinho.

“Minha área de atuação sempre foi Saúde, mas, desde 2016, estou no Batalhão de Polícia Militar Rodoviária”, conta. Ela está na Polícia Militar, desde 2009, incentivada pelo marido, também militar.




“ Ser policial me mostrou que poderia ajudar a um grupo maior, sempre quis servir de alguma forma. Na Polícia Militar, me encontrei”.

Gisele Bertucci
Sargento PM - Polícia Militar Rodoviária



Assim como a major Karla Lessa, Bertucci também optou por não ter filhos. “O mundo está muito violento e, depois de fazer parto em uma viatura, realmente vi que não era para mim”, justifica.



Fernanda de Oliveira Costa – Policial Civil
A policial civil, Fernanda de Oliveira (Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG)

Segurar um fuzil de quase seis quilos e ficar na porta de um helicóptero, dando apoio aéreo em operações policiais e em tragédias, como a de Brumadinho. Este tem sido o dia a dia da policial civil, Fernanda de Oliveira Costa, 36 anos, nove deles na corporação.

Sua rotina, nos últimos 40 dias, tem sido um revezamento com colegas, em Brumadinho, dando segurança aérea aos que trabalham em terra. Muitos a chamam de os olhos da operação ou observadora aérea.

Com função totalmente operacional, Fernanda diz que sempre quis ser policial, e que, curiosamente, fez um curso de comissária de voo sem imaginar que iria se tornar uma tripulante de aeronave.

“Minha função é ficar de olho no movimento no entorno dos locais onde a ação se desenrola”, explica. Normalmente, são áreas de risco, pelo próprio tipo do acidente. Fernanda ressalta que é necessária a contenção, pela Polícia Civil, das pessoas que querem se aproximar.




“Atuo como segurança armada nessas situações, onde pode haver um descontrole da população que cause tumulto. O helicóptero é também usado pelos bombeiros, como foi, nos resgates”.

Fernanda de Oliveira Costa
Policial Civil



A policial tem um filho de 20 anos. Ela conta que o rapaz, por ser independente, entende os horários e as necessidades que ela tem em se ausentar. “Ele não quis seguir a carreira policial, mas escolheu a medicina, que, de alguma forma, também tem como objetivo ajudar ao próximo”.


Lucinéia Carvalhais – Médica infectologistaA médica infectologista, Lucinéia Carvalhais (Crédito: Marco Evangelista/Imprensa MG)

“No momento de dor, a sensibilidade das mulheres, com certeza, acalma o coração de quem está sofrendo”, diz a médica infectologista Lucinéia Carvalhais, sobre seu trabalho no IML/Acadepol, durante o serviço de identificação das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho.

Ela fez parte do Grupo de Resposta Rápida da Saúde, que reuniu 95 profissionais, entre enfermeiros, médicos e psicólogos, que ficaram de prontidão, acolhendo familiares das vítimas da tragédia, inicialmente, durante três dias. Sem descanso.

Lucinéia, que trabalha no Hospital Eduardo de Menezes, como infectologista, desde 1998, conta que o grupo multidisciplinar é preparado para atender rapidamente, em casos de sinistros e ocorrências como essas. Além do apoio emocional, os integrantes foram os responsáveis pela coleta de material genético para identificação dos mortos.




“Foram momentos dolorosos. Não temos como prever qual será a reação das pessoas. Nesse momento, o fato de ser mulher faz com que a percepção de acolhimento, de abraço, seja real”.

Lucinéia Carvalhais
Médica infectologista



Acostumada a trabalhar sob intensa carga emocional, a médica garante que está preparada. “Estamos num hospital referência e sempre preparados para atuar, até no caso de um surto de ebola”.

Lucinéia diz que, coincidentemente, 95% da equipe envolvida no trabalho de Brumadinho foi composta por mulheres e que a maioria foi recrutada via rede social, através de grupos da saúde. “O rompimento ocorreu no início da tarde do dia 25 de janeiro. Na manhã seguinte, dia 26, o grupo estava completo. Essa é nossa função: responder rapidamente em casos de epidemias, acidentes de grandes proporções e estar sempre preparados para atuar”, garante.



Marcela Oliveira do Carmo – Analista Técnica da CedecA analista técnica da Cedec, Marcela de Oliveira do Carmo (Crédito: Renato Cobucci/Imprensa MG)

Agilidade, conhecimento e capacidade de análise em meio à crise. Estas são características que um profissional da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec-MG) precisa ter para atuar em situações como a tragédia de Brumadinho. E Marcela de Oliveira do Carmo, analista técnica de processos para casos de calamidade pública, tem essas características de sobra.

Ela é a responsável por colher documentos junto ao município, Estado, diversos órgãos e elaborar um processo que justifique a decretação do estado de calamidade pública.

O trabalho, segundo Marcela, tem que ser feito com muito cuidado pois, além de ser obrigatório, é ele que vai definir se o governo federal vai liberar verbas emergenciais.

Essa documentação também é usada para justificar o uso das Forças Nacionais em caso de tragédia ou calamidade pública.

Marcela do Carmo explica que toda a documentação é enviada para a Defesa Civil Nacional. Lá os documentos passam por avaliação criteriosa e são, ou não, aprovados.

Ela conta que, no caso de Brumadinho, o pedido de decretação do estado de calamidade pública, feito pelo governador Romeu Zema, teve aprovação ágil e unânime.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Drones vão reforçar segurança no Carnaval 2019




Curso ensina policiais militares a pilotarem as aeronaves em missões de segurança pública e defesa civil
Divulgação/PMMG
Ao menos quatro drones vão ser usados nas operações na capital durante o Carnaval 2019

GALERIA
Drones vão reforçar segurança no Carnaval 2019



O Comando de Aviação (Comave) da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) iniciou, nesta semana, a quinta edição do curso de formação de piloto de drones. A expectativa é de que os militares formados atuem como pilotos remotos no Carnaval 2019, para complementar as operações de apoio aéreo, favorecendo a redução de custos e a efetividade das ações da PMMG.

O curso tem duração de cinco dias, com aulas de teoria de voo, meteorologia, conhecimentos técnicos, legislação, normas internas, segurança e avaliação do risco operacional, além de aulas práticas de voo e estágio em operações reais. Todos os 42 alunos já realizaram, com sucesso, um módulo de ensino à distância com duração de duas semanas.

Participam do curso policiais militares de todos os batalhões da capital. Ao longo do ano, a PMMG planeja capacitar outros 100 policiais – as outras edições do curso já haviam capacitado 45 militares em todo o estado.

Segundo a PMMG, os drones, equipados com câmeras de longo alcance, oferecem a segurança necessária para operar em ambientes urbanos e são capazes de captar imagens de indivíduos suspeitos em locais públicos. Ao todo, a Polícia Militar possui 12 equipamentos cadastrados junto à Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). Destes, ao menos quatro vão integrar as ações de segurança na capital.

“Este novo tipo de aeronave é uma evolução capaz de potencializar as ações de prevenção e repressão no cotidiano da atuação policial, incrementando os resultados. As experiências obtidas com a observação das características e potencialidades desta tecnologia demonstraram ganhos certos à atividade operacional da Polícia Militar”, destaca o coronel e comandante do Comave, Rodrigo Sousa Rodrigues.

Após estudos de viabilidade de implantação e do uso experimental, realizados ao longo de 2017 e 2018, a instituição regulou a atividade por meio de instrução interna e, agora, dá continuidade a um movimento de implementação desta inovação em suas unidades do interior e da capital mineira.

Um dos princípios adotados para que a inclusão deste novo serviço seja realizada com segurança é a criteriosa capacitação dos pilotos remotos que são treinados por instrutores do Comando de Aviação da PMMG, unidade que há 30 anos opera aviões e helicópteros.