quarta-feira, 27 de abril de 2016

Entrevista de Aécio Neves líder da oposição: "Queremos que Temer assuma compromisso com as reformas"


Entrevista de Aécio : "Queremos que Temer assuma compromisso com as reformas"






Entrevista coletiva – Aécio Neves
Reunião Bancada Federal

Trechos da entrevista

Sobre declarações da presidente Dilma em Salvador.

É um discurso recorrente e que já não encontra eco na sociedade brasileira. O Brasil se prepara sim para a alternância do poder com base naquilo que determina a Constituição. Cumpriu-se a Constituição na Câmara Federal, cumprirá a Constituição tramitação também no Senado. Sem açodamento, garantindo o amplo direito de defesa à presidente da República.

Sobre apoio a novo governo.

Nós, do PSDB, temos nos reunido ao longo desses dias intensamente. Reunimos agora a bancada federal do partido. Há uma disposição clara do PSDB de contribuir com o Brasil para a superação dessa gravíssima crise na qual o governo do PT e a presidente Dilma, em especial, nos mergulhou. O PSDB apresentará, no início da próxima, semana, uma agenda emergencial ao país, portanto um conjunto de princípios e propostas que, acredito, possam ser emergencialmente apoiadas pelo eventual futuro governo. Elas, a nosso ver, são vitais para a retomada do crescimento do país e do emprego, que é a nossa preocupação maior – essa é a maior das contribuições que o PSDB dará –, um apoio congressual efetivo e solidário ao enfrentamento da crise extremamente grave. Portanto, há convergência, há unidade e há responsabilidade na ação do PSDB. Aliás, isso acontece desde a campanha eleitoral, quando fomos nós que denunciamos todas essas ilegalidades e irregularidades que trouxeram o Brasil, infelizmente, até esse quadro dramático.

Qual posição da bancada da Câmara em relação a cargos em um eventual governo Temer?

O PSDB não postula cargos. Quem tem a responsabilidade de compor o governo será o eventual futuro presidente. Essa questão não foi colocada ao PSDB. O nosso apoio independe de qualquer tipo de troca, de qualquer tipo de participação em governo. Vamos ajudar o Brasil com a qualidade do nosso apoio no Congresso, com uma agenda que já estamos ultimando e que será anunciada ao Brasil no início da próxima semana. Isso é que, para nós, é essencial. Se amanhã, o vice-presidente Michel optar por considerar o nome de membros do PSDB, obviamente ele deverá fazer isso conversando com a direção do partido, cuja tendência é não se opor a isso. Mas essa não é uma questão para nós, condicionante para qualquer tipo de apoio do PSDB. O que queremos é que ele assuma compromissos com essas reformas, monte um governo de alta qualidade, e estimulamos que isso seja feito.

Por isso, seria incoerente que o PSDB, ao mesmo tempo em que propõe um governo de altíssima qualidade, submeter o governo, a partir de indicações, à lógica da distribuição de nacos de poder para os partidos políticos. O consenso, a convergência do PSDB, é em torno de uma agenda salvacionista, uma agenda de salvação nacional que permita a reanimação da economia e a recuperação principalmente do emprego no Brasil.

O impeachment chegou em um ponto irreversível?

Acredito que sim porque, até agora, e vocês têm acompanhado as discussões dos últimos dias, o PT abdicou de defender a presidente da República na essência das acusações que lhe são feitas, e prefere, como ela própria tem demonstrado, a guerrilha política, o confronto com eventuais golpistas. Seria o único caso na história da humanidade em que um golpe de Estado é patrocinado pelo Supremo Tribunal Federal, que determinou o rito de tramitação do processo na Casa, e que tem a participação do partido da presidente, cuja eventualidade de cassação é cada vez mais iminente, já que eles participam das comissões, participam de todas as discussões.

O Brasil felizmente segue a Constituição, e nós esperamos que o eventual futuro governo de Michel Temer seja uma lufada de brisa fresca a reanimar a economia, a reanimar almas e corações de brasileiros que estão desalentados, desesperançosos por tudo que o governo do PT desconstruiu no Brasil ao longo dos últimos anos.

Quais são os pontos da agenda que será lançada semana que vem?

Vamos anunciar os pontos a partir do início da semana que vem, em uma reunião da Executiva Nacional programada para terça-feira. Nós falaremos de pontos na área econômica, compromissos na área social e também compromissos com a redução e a qualificação do Estado, além, obviamente, daquele que será o primeiro ponto na nossa agenda: apoio integral à continuidade das investigações da Operação Lava Jato e fortalecimento de todos os órgãos de controle do país, sejam eles internos do governo, sejam eles externos como o Ministério Público, como o Poder Judiciário.

O senador Serra tem o aval do partido para participar do governo?

O ex-governador, ex-ministro e senador Serra é um dos quadros políticos mais qualificados no país, mas como disse agora, o PSDB não está indicando nomes para o governo Michel. Caberá ao presidente Michel, se considerar quadros do PSDB, obviamente, procurar a direção do partido para essa discussão. Repito: a tendência do partido não é criar qualquer dificuldade ao eventual futuro presidente Michel Temer. Mas a questão central, a questão que nos une hoje é apresentarmos um compromisso, uma proposta de compromissos.

Sobre o quê definirá a reunião do dia 3?

No dia 3 a questão central para nós é a questão programática, vamos anunciar cerca de 12 a 15 compromissos que para nós são emergenciais e necessários. Esses compromissos serão com a sociedade brasileira e, obviamente, serão encaminhados também ao vice-presidente Michel Temer, mas são compromissos com o país, é uma alerta para a gravidade da crise e para as medidas que deverão ser tomadas com o nosso apoio no Congresso Nacional.

Não trataremos nessa reunião de cargos por uma razão simples: nosso apoio não está condicionado à nomeação de quem quer que seja e a única pessoa que tem autoridade para colocar esse assunto na mesa é o eventual futuro presidente. Quando ele colocar, nós vamos debater essa questão, que não é, para nós, prioritária. Ao contrário, é absolutamente secundária.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Aécio Neves: "O desemprego precisa merecer a atenção do país"


Aécio : " O desemprego precisa merecer a atenção do país"





Ciclo Perverso
por Aécio Neves, Folha de São Paulo



A poucos dias da comemoração do Dia do Trabalho, milhões de brasileiros compartilham o mesmo sonho: voltar a trabalhar com a carteira assinada.

Apenas em março, 118 mil pessoas perderam seus empregos no mercado formal, o pior resultado em 25 anos. Em todo o Brasil já são mais de 10 milhões de trabalhadores à margem do mercado. Números que se tornam mais preocupantes quando compreendidos na dimensão familiar. A perda do emprego por um trabalhador ou trabalhadora chefe de família impacta a vida de um universo ainda maior de pessoas.

O governo de transição que, ao que tudo indica, se avizinha, tem uma enorme lista de ações emergenciais a serem implementadas na tentativa de salvar o país. É preciso reorganizar as contas públicas, tirar da inércia os setores produtivos, iniciar reformas estruturantes e adotar um pacote de medidas capazes de restabelecer a confiança do mercado e dos cidadãos.

Qualquer ação emergencial, no entanto, precisará ter como prioridade a questão do trabalho, tal a gravidade da situação. Segundo estudo do Instituto Teotônio Vilela, tomando-se como referência o ano de 2015, em um conjunto de 59 países, o Brasil foi o campeão mundial em geração de desemprego. O segundo lugar foi a Nigéria, país que sofre com o terrorismo e com a queda do preço do petróleo.

A deterioração do mercado de trabalho é o retrato cruel de uma economia paralisada. Sem crescimento, as empresas param de investir e passam a demitir, o poder de compra das famílias cai e as vendas despencam. Com a recessão instalada, o ciclo se repete. O desemprego precisa merecer a atenção do país, não apenas como estatística econômica, mas no seu aspecto social, como elemento devastador e desagregador da vida familiar. Hoje, ele atinge trabalhadores com todos os níveis de escolaridade, inclusive os profissionais com curso superior.

Tudo isso contribui para desenhar um futuro de profunda incerteza. Ao deslocar para fora do mercado um enorme contingente de profissionais experientes e qualificados, estamos colocando em risco parte substancial do esforço feito, nos últimos anos, em qualificação e formação de mão de obra. É como se, de uma hora para outra, o país ficasse com menos potencial para voltar a crescer.

A retomada da economia tão desejada pela nação terá de cumprir um duro percurso. Foram muitos os descalabros promovidos em anos de inépcia e irresponsabilidade. O país já disse que quer mudanças e o Parlamento brasileiro está alinhado com este sentimento dominante. Precisamos ter clareza não apenas da profundidade da crise na qual estamos imersos, mas, principalmente, da necessária urgência em começar a superá-la.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Dona da Agencia Pepper diz que recebeu R$ 54 milhões "por fora" para abastecer a campanha de Dilma, diz revista Isto É


Dona da Agencia Pepper diz que recebeu R$ 54 milhoes "por fora" para abastecer a campanha de Dilma, diz revista Isto È




Brasília (DF) – Em depoimento à Operação Lava Jato, a proprietária da agência Pepper, Danielle Fonteles, afirmou que recebeu R$ 58 milhões em recursos “por fora” em um esquema de caixa dois para abastecer as campanhas de 2010 e 2014 da presidente Dilma Rousseff. A publicitária revelou que o assessor especial da petista, Giles Azevedo, foi o responsável por montar o esquema.
De acordo com a revista Istoé, que antecipou nesta quarta-feira (20) o depoimento ainda não homologado da proprietária da Pepper, Danielle disse ter recebido dinheiro por meio de contratos fictícios firmados com as empreiteiras Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS e Odebrecht, todas investigadas na Lava Jato, além da Propeg e de uma empresa de assessoria de comunicação dona de contas no governo federal.
A publicação relata que a Propeg teria sido responsável por repasses “vultuosos”. A Pepper comanda as contas da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde. Na quebra de sigilo da agência, teriam sido identificados quatro depósitos da empresa, totalizando R$ 223 mil entre 2011 e 2012.
Segundo a reportagem, a publicitária admitiu ter recebido de maneiro ilegal R$ 6,1 milhões da Andrade Gutierrez. Com os recursos, a agência teria pago, entre outras despesas, funcionários do comitê de Dilma na campanha de 2010.
Em outro trecho da delação, Danielle teria afirmado que abriu uma conta na Suíça, em 2012, sob o conhecimento de Giles, para receber US$ 237 mil da Queiroz Galvão, na chamada “Operação Angola”.
A revista destaca ainda que, somente entre 2013 e 2015, a Pepper movimentou em conta própria R$ 58,3 milhões. Parte disso teria bancado despesas das campanhas de Dilma à reeleição, principalmente o pagamento a blogs favoráveis ao PT. Entre os contemplados pela Pepper, segundo a reportagem, estaria o criador do perfil humorístico “Dilma Bolada”, que recebeu R$ 20 mil reais mensais da agência.O dinheiro que abasteceu a Pepper, segundo orientação de Giles Azevedo, teria vindo da OAS e da Odebrecht por meio de contratos fictícios ou superestimados.

Postado por Carlos Guimaraes de Matos Jr. às 16:20 Links para esta postagem

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Aécio Neves líder da oposição deixa claro: "O PSDB não discute indicação de nomes com Michel Temer"


Aécio deixa claro: O PSDB não discute indicação de nomes com Michel Temer





O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, reafirmou hoje (20/04) que o partido não discute a indicação de nomes para ministérios ou cargos federais como condicionante para apoio a um eventual governo Michel Temer. Em entrevista à jornalista Rosean Kennedy, da rádio CBN, o senador disse que a posição consensual dos dirigentes e líderes tucanos é a de que futuras contribuições do partido serão em torno de uma agenda legislativa e de iniciativas que possam ajudar a restaurar as condições de governabilidade no país.

Na entrevista, Aécio afirmou que o PSDB não iniciará um processo de subordinação de um eventual ministério Temer à lógica dos apoios parlamentares.

Segue transcrição da entrevista à rádio CBN

Rosean Kennedy – Presidente do PSDB, senador Aécio Neves, vai convocar para o dia 3 de maio uma reunião da executiva do partido nacional do partido para discutir o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o apoio ao eventual governo Michel Temer. Alinhado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o tucano é contra a aceitação de cargos no governo peemedebista. E agora há pouco, ele deu uma entrevista exclusiva à CBN e disse que o partido vai ratificar, na reunião da Executiva, que não vai negociar cargos no governo Michel Temer. Aécio foi taxativo, disse que se houver alguma aceitação da parte de algum tucano, como se cogita, por exemplo, a possibilidade do senador José Serra até mesmo ocupar uma vaga no ministério da Fazenda, será uma ação individual. Mas ele disse que, neste caso, também, o partido não vai criar nenhum tipo de constrangimento, fazendo questão de ressaltar, no entanto, que a negociação será individual, não partidária como instituição PSDB, porque ele quer deixar muito claro que o eventual governo Michel Temer é um governo do PMDB.


Aécio Neves – De forma alguma impediremos qualquer quadro do PSDB que queira dar a sua colaboração e, obviamente, seja a vontade do vice-presidente Michel Temer. É importante que fique claro que o governo Michel será o governo do PDMB. E outras forças políticas, como a nossa, que tem responsabilidade para com o país, o ajudaremos. Ajudaremos no Congresso Nacional, ajudaremos definindo essa pauta de prioridade. Se algum nome do PSDB achar por bem participar do governo, certamente estará lá. Não vamos criar qualquer constrangimento, mas o partido, do ponto de vista orgânico, não vai iniciar um processo de subordinação do ministério Temer à lógica dos apoios parlamentares.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Aécio Neves: "Precisamos recuperar as esperanças que o PT roubou dos brasileiros"


Aécio "Precisamos recuperar as esperanças que o PT roubou dos brasileiros"






Hoje, em entrevista à rádio CBN, expliquei sobre a minha sensação em relação ao andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.


Acredito que, embora a esperança de todos tenha sido renovada na noite de ontem, não há motivo de comemoração, pois o país ainda poderá viver momentos difíceis.


Tenho dúvidas sobre um possível governo de Michel Temer, mas tenho também a grande certeza de que se o governo da presidente Dilma for até o final inviabilizará o país de forma definitiva.


Os brasileiros, através de seus representantes, deram a si próprios uma nova chance.


Também disse na entrevista que agora é hora de termos muita responsabilidade e de construirmos uma agenda corajosa de reformas para que o Brasil possa começar a se recuperar e para que a esperança, que o governo do PT roubou dos brasileiros, possa realmente se fortalecer.


- Aécio Neves

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Senador Aécio Neves: "A hora é de serenidade e responsabilidade"


Aécio : " A hora é de serenidade e responsabilidade"


O amanhã


por Aécio Neves - Folha de São Paulo




Escrevo este artigo com a televisão ligada e, assim como milhões de brasileiros, aguardo a decisão final da Câmara dos Deputados em relação à admissibilidade do processo de impedimento da presidente da República.

Independente do resultado final que, acredito, será pelo afastamento, a hora é de serenidade e responsabilidade. Não há lugar para vencidos ou vencedores. Há um país que precisa se reencontrar com seu destino, que precisa ser reconstruído.

Todo processo de afastamento de um presidente acirra tensões e provoca desgastes na sociedade. Ainda assim, diante da gravidade da crise que vivemos, tais danos são menos dolorosos do que o prolongamento da agonia que paralisa o país.

A tarefa de reconstrução não será breve, pois estamos diante da maior recessão da nossa história. O setor produtivo precisa voltar a produzir, os trabalhadores querem de volta seus empregos, as famílias sonham com a queda da inflação e juros menores para pagar suas dívidas. As contas públicas têm de ser reequilibradas. É muita coisa a ser feita. Urge que se comece já. Mas sem ilusões.

Não se conserta um país sem um projeto claro e sem coragem para implementá-lo. O que o momento recomenda é uma distensão no ambiente, de tal ordem que permita a retomada de um debate de alto nível, envolvendo toda a população em torno de questões centrais.

A sociedade pautou este caminho. Seja nas ruas, em junho de 2013, ao cobrar melhores serviços públicos, ou durante toda a investigação da Operação Lava Jato e, mais recentemente, ao longo de todo o processo impeachment. E não há volta.

É hora de apresentarmos ao Brasil uma nova e vigorosa agenda. É hora de enfrentarmos o desequilíbrio da Previdência, fazermos a simplificação do nosso sistema tributário e fortalecermos o papel das agências reguladoras (independência e meritocracia), requalificando de forma definitiva a administração pública.

Além disso, uma maior abertura comercial ocasionaria a recuperação da confiança, o aumento da taxa de investimento e a consequente recuperação do emprego. Só assim teremos recursos para garantir e ampliar os programas sociais colocados em risco pela incapacidade desse governo.

Não há clima para desordem ou radicalismos. A transição que se inicia merece nossas melhores expectativas. A oposição, que não é beneficiária do processo de impeachment, não fugirá à sua responsabilidade e dará sua contribuição para enfrentarmos e vencermos essa crise sem precedentes, na qual a irresponsabilidade dos sucessivos governos do PT nos mergulhou.

Neste momento grave da vida nacional, o PSDB estará onde sempre esteve.



Ao lado do Brasil.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Aécio Neves: "O PSDB jamais faltou ao Brasil e não faltará neste instante"


Aécio : "O PSDB jamais faltou ao Brasil e não faltará neste instante"





O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, ocupou nesta quarta-feira (14/04) a tribuna do Senado para fazer um duro pronunciamento em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff, ressaltando que o PSDB jamais faltou ao Brasil e não faltará neste instante. “O PSDB não é o beneficiário do processo de impeachment. Não somos nós, com um programa amplamente debatido com a sociedade brasileira, que assumiremos o governo. Mas nós não fugiremos a nossa responsabilidade, de dialogar em torno de uma agenda estruturante, que enfrente a questão da reforma política, que destrave o Brasil para os investimentos, que profissionalize o Estado, que nos leve a uma política externa altiva e pragmática em favor dos interesses do Brasil”, afirmou.

Aécio comunicou o voto de toda bancada do PSDB em favor do impeachment. “Devemos pensar nos brasileiros acima dos partidos políticos e que há hoje um conjunto de cidadãos e cidadãs não querem mais o confronto, não querem ver apenas o conflito de ideias ou de ideologias. Eles querem que nós demonstremos, como representantes do povo brasileiro, a capacidade de reconstruir este país.”

O presidente do PSDB alertou sobre o momento político brasileiro, sobre a recessão na economia e os graves prejuízos sociais causados aos brasileiros pelos erros cometidos pela presidente da República na condução do país.

“O PSDB colocar-se-á à disposição não na busca de cargos em qualquer governo. Ao contrário, à disposição para discutirmos uma ampla agenda de reformas. E essa agenda, se aprovada – eu tenho certeza –, reconciliará o próximo governo com a sociedade brasileira e nos permitirá um reencontro com o nosso futuro”, afirmou.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Governador de Minas, Fernando Pimentel é indiciado pela Polícia Federal


Governador de Minas, Fernando Pimentel é indiciado pela Polícia Federal





Governador de Minas, alvo da Operação Acrônimo que o investiga por suposto recebimento de vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o BNDES, também foi enquadrado por lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico de influência e falsidade ideológica eleitoral

A Polícia Federal indiciou o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. O enquadramento do petista nesses crimes ocorreu com a conclusão de dois inquéritos da Operação Acrônimo.

Na atividade policial, indiciar corresponde a imputar a algum suspeito a autoria de determinado ilícito penal. As conclusões da PF serão enviadas agora à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre eventual denúncia de Pimentel à Justiça. Por ser governador, ele tem prerrogativa de função no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Não significa, contudo, que a PGR concordará com os argumentos e levará a acusação adiante ou nos mesmos termos.

Num dos inquéritos, a PF entendeu que o governador participou de esquema para favorecer a montadora CAOA no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele comandou a pasta de 2011 a 2014, sendo sucedido pelo economista Mauro Borges, seu aliado político, também suspeito de envolvimento das irregularidades. Os dois negam, assim como a montadora.


Entre 2013 e 2014, a CAOA pagou R$ 2,1 milhões a duas empresas de Benedito Oliveira Neto, o Bené, considerado operador de Pimentel. Conforme as investigações, os valores foram “vantagens indevidas” para que o empresário conseguisse, junto a Pimentel e Borges, a edição de portarias mantendo a montadora no Programa Inovar Auto, que concedia incentivos fiscais a grandes indústrias do setor.

A PF sustenta que as empresas de Bené, supostamente de fachada, não prestaram efetivamente serviços à CAOA, mas apenas foram usadas para emitir notas fiscais frias à montadora, o que é considerado lavagem de dinheiro, e ofertar propina aos envolvidos no esquema. Pimentel e sua mulher, Carolina Oliveira, teriam recebido “vantagens indevidas” de Bené, incluindo hospedagem num resort de luxo na Bahia, viagens de jatinho e aluguéis de carros.

A PF também indiciou Pimentel num segundo inquérito, desdobramento da Acrônimo, por crime de falsidade ideológica eleitoral.

O governador foi intimado para depor na sexta-feira, 8, o que seria o último passo da investigação, mas não compareceu. Antes disso, o indiciamento fora autorizado pelo ministro Herman Benjamin, relator dos inquéritos no STJ. Em decisão de fevereiro, ele escreveu que os policiais poderiam fazer o enquadramento penal desde que cumpridas as etapas necessárias à apuração do caso.

No início do ano, a PF pediu ao STJ o indiciamento, mas o Ministério Público Federal deu parecer contrário à medida. A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, argumentou na época não cabe à PF indiciar “autoridades com prerrogativa de função” no STJ. A PF solicitou também autorização para interrogar Pimentel, o que foi permitido por Benjamin.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE FERNANDO PIMENTEL

NOTA

A defesa de Fernando Pimentel esclarece que o Governador de Minas Gerais tem todo o interesse em depor, porém, nos limites da lei e com obediência à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. A defesa roga, ainda, seu direito a ter todas as informações sobre o processo, disponíveis antes de seu depoimento. Assim sendo, esperamos que o Ministério Público Federal (MPF) permita que o Governador exerça seu direito de ser ouvido no âmbito adequado, tal como já reconheceu a ilegalidade do indiciamento no âmbito do STJ.



Atenciosamente,
Advogado Eugênio Pacceli


http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-indicia-fernando-pimentel-por-corrupcao/

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Chegou a Hora, por Aécio Neves


Chegou a Hora, por Aécio Neves




Chegou a Hora

por Aécio Neves / Folha de São Paulo

Esta segunda-feira ficará marcada na história do Brasil como o dia da grande escolha. Teremos que decidir, pela representação popular no Parlamento, se será dado prosseguimento ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, confirmando os flagrantes indícios de crime de responsabilidade, ou se será arquivado o procedimento constitucional, determinando, ao menos nessa instância, a continuidade do governo.

Sob exame da Comissão Especial desnudam-se irregularidades diversas cometidas contra o país, que há meses e em capítulos deixaram perplexos e indignados os brasileiros e destruíram por completo a autoridade e a credibilidade da atual mandatária, comprometendo a legitimidade do seu mandato.

Estará em julgamento não apenas um estilo de gestão ou a crença em uma ideologia, mas um governo que descumpriu sistematicamente as leis e atropelou a Constituição e se serviu de um esquema jamais visto de corrupção institucionalizada, para financiar seu projeto de poder.

Os argumentos e acusações que sustentam o pedido de impedimento da presidente são os mesmos que estão na base das múltiplas crises que atingiram o país e o lançaram no abismo da incerteza e do descrédito: a mentira, a leniência, o aparelhamento e o compadrio, a ineficiência, a demagogia, os desvios de conduta e a arrogância de um governo que não se furtou em ultrapassar limites, fez o que quis, como quis e para quem quis, movido apenas pelos seus próprios interesses e conveniências.

Tudo, ao final, se resumiu a isso: manobras para manter o poder a qualquer preço e a todo custo, ainda que tenha colocado em risco conquistas preciosas dos brasileiros, como estabilidade econômica e credibilidade do país.

Enquanto cabala votos e se ocupa do balcão de trocas e benemerências, o Brasil fica à deriva. Não há mais governo, apenas os últimos tripulantes no barco adernado, lutando contra o naufrágio final.

Nas ruas os cidadãos já disseram o que desejam e o que exigem das nossas instituições. Que elas cumpram seu papel, com autonomia, responsabilidade e amparo rigoroso nas salvaguardas legais.

Esse é o estado de espírito da nação, que se contrapõe ao esforço descomunal e ao mesmo tempo frágil da tese do golpismo. Em sã consciência, nem o PT acredita nela.

O fato é que não teremos saída fácil pela frente. O essencial, porém, é retirar o país da paralisia, do marasmo e da letargia a que fomos tragados. Para isso, neste instante, o caminho que se apresenta como o de menor custo é o afastamento da atual presidente pela via constitucional do impeachment.

Com essa decisão, pelo menos daremos a nós, brasileiros, a chance de recomeçar.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Dilma coloca a Educação do país na negociação do "saldão de cargos"


Dilma coloca a Educação do país na negociação do "saldão de cargos"



Brasília (DF) – A estratégia de aliados do governo federal de incluir o Ministério da Educação na negociação de cargos que vem sendo promovida para tentar blindar a presidente Dilma Rousseff contra o processo de impeachment foi bastante criticada pelo presidente nacional da Juventude do PSDB, Henrique Vale. Para o tucano, o ‘saldão de cargos’ promovido por Dilma evidencia que o governo relega a educação a segundo plano: a prioridade é manter-se no poder.

Ele lembrou que o ministério da Educação é uma das pastas que mais foi alvo de barganha do governo federal. Somente no segundo mandato de Dilma, a pasta já passou pelas mãos de Cid Gomes, Renato Janine Ribeiro e Aloizio Mercadante, que agora pode sair do cargo para dar lugar a um nome indicado por partidos aliados.

“Essa barganha só reforça a cisão do governo federal com a educação pública: além de cortarem verbas e deixarem os estudantes na mão com os contratos do Fies [Fundo de Financiamento Estudantil], acima de tudo ainda vendem, mais uma vez, o ministério da Educação. O Aloizio Mercadante está aí para mostrar isso. Vendem a pasta de Educação como moeda de troca política”, criticou Vale.

Segundo reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo (02/04), aliados do governo Dilma sugeriram à presidente que oferecesse o ministério da Educação ao PP, ao invés do da Saúde. Dessa forma, o ministro Celso Pansera deixaria o Ministério da Ciência e Tecnologia, possivelmente deixando o cargo para Aloizio Mercadante. Também pode deixar o governo o ministro recém-empossado Mauro Lopes, do PMDB. A pasta dele, a Aviação Civil, também seria uma das oferecidas em negociações com PP ou PR.

‘A UNE não nos representa’

O presidente da Juventude do PSDB questionou a atuação da União Nacional dos Estudantes (UNE), que vai às ruas para defender a presidente Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado pela Operação Lava Jato, mas não representa mais os estudantes do Brasil, e certamente não defende os seus interesses.

“A UNE no mínimo deveria ser vigilante com as qualificações da pessoa que venha a assumir esse ministério [da Educação], mas muito provavelmente o circo vai estar armado como sempre foi, e a UNE vai abaixar a cabeça para o que o governo federal determinar”, lamentou.

Henrique Vale destacou que o governo federal está acuado e, sem saber o que fazer para se reafirmar, recorre a estratagemas como a transformação de eventos em comícios e a realização de discursos frente a audiências ensaiadas. Ele ressaltou que, como uma entidade que deveria lutar pelos estudantes do Brasil, ao invés de por uma ideologia política, a UNE deve ser questionada.

“Nós [da Juventude do PSDB] estamos agora remapeando os nossos DCEs [Diretório Central de Estudantes] e vamos começar nesse ano uma mobilização muito forte para começar a questionar as atitudes da UNE frente ao que o governo federal tem feito. Mas uma mudança na política de educação só vai realmente se concretizar se trocarmos o presidente, se a Dilma sair do cargo”,

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Aécio Neves : "Estamos diante de um governo que mentiu à nação e atropelou leis para se manter no poder"


Aécio: "Estamos diante de um governo que mentiu à nação e atropelou leis para se manter no poder"



Falsa Narrativa

Por Aécio Neves, Folha de São Paulo

Na medida em que as tensões aumentam e os conflitos ganham peso com a instalação da Comissão Especial de Impeachment, cresce o esforço do governo para gerar a percepção de que a crise no país é uma mera disputa política.

Interessa aos governistas, e ao PT em especial, esvaziar o sentido real do impasse instalado e alimentar a impressão de que, ao final, tudo se resume a um enfrentamento, reacendendo o desgastado discurso do "nós contra eles".

Restou o vergonhoso "salve-se quem puder" para cabalar votos no Parlamento e, nas ruas, a narrativa do golpe, para confundir a opinião pública e tocar os incautos de boa-fé. Estive em Portugal na última semana proferindo palestra na Universidade de Lisboa sobre o momento porque passa o Brasil e devo reconhecer o quanto avançou essa tentativa.

É como se, de repente, não se houvesse derramado sobre a mesa dos brasileiros, nos últimos meses, uma realidade incontestável de flagrantes delitos cometidos nos porões do governismo, ou um verdadeiro desastre promovido pela crônica má gestão pública, comprometendo a estabilidade econômica e política e gerando uma crise social sem precedentes. É como se não existisse uma nação viva além das paredes do Congresso, indignada, e cobrando providências legais, constitucionais, contra o rosário de crimes cometidos contra o Brasil e os brasileiros.

Não há mais argumentos de defesa razoáveis sobre tudo o que aconteceu. Nem mesmo os discursos incendiários têm sido capazes de encobrir o fracasso do projeto atual, para além de uma militância orgânica, que quebra o silêncio obsequioso para defender o quinhão de benefícios próprios e intocados.

Caíram por terra todas as tentativas reincidentes de tentar culpar o mundo, a oposição, a imprensa e apontar golpistas imaginários. Estamos diante de um governo que mentiu à nação, prometendo o que jamais seria capaz de cumprir. E que atropelou as leis em nome de um projeto de poder de suas necessidades e conveniências.

Este é o retrato nu e cru desta hora.

A verdade é que precisamos ficar atentos ao que é essencial: defender o estado de Direito, a democracia e, respeitando a Constituição, virar essa deplorável página da nossa história. O debate em torno de opções possíveis, como impeachment, renúncia e julgamento do TSE, não pode servir à estratégia governista de transformá-los em uma revanche eleitoral. Não é isso que está em jogo. Mais do que nunca é a unidade das oposições e sua conexão com os setores majoritários da sociedade que precisam ser preservados, para nos dar uma saída.

É hora de convergir para o principal: dar a todos os brasileiros condições de recomeçar. 


Aécio Neves