quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Eleições em BH: Áurea aprimora plano de governo a partir de plenárias virtuais


Candidata apresentou novo programa - três vezes maior que o primeiro - com a inclusão de propostas sugeridas pela população


Áurea Carolina (PSOL) e Leonardo Péricles (UP) |
Foto: Thaís Mota
Por THAÍS MOTA
05/11/20 - 16h20
https://www.otempo.com.br/

Mesmo com um programa de governo protocolado junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) no dia do registro de sua candidatura, Áurea Carolina (PSOL) aprimorou esse programa a partir de contribuições recebidas em plenárias com movimentos sociais, organizações, associações e cooperativas trabalhistas.

“A gente sabe que o processo de participação deve ser contínuo e a gente sempre pode aprimorar. E foi isso que nos motivou a fazer uma série de plenárias temáticas, partindo dos eixos e dos pontos priorizados no primeiro programa, pra gente ver o que que era possível melhorar, ter detalhamento, e assim foi feito”, explicou a candidata.

ADVERTISING


Dividido em quatro eixos, o plano é subdividido em mais de 30 temas e tem 106 páginas - três vezes mais que o documento anterior. Também foi protocolado junto ao TRE-MG e está disponível no site da campanha de Áurea e Leonardo Péricles (UP). Segundo ela, a ideia inicial e a forma de organização das propostas foram mantidas, mas acrescentou-se demandas apreendidas das plenárias. “E aí a gente fez a consolidação acrescentando as propostas que vieram das plenárias, melhorando a redação do texto original e fazendo uma síntese”, contou.


Questionada se algo de muito diferente surgiu como proposta, ela disse que não. “Nós não tivemos dificuldade em compatibilizar as propostas porque tudo que veio estava perfeitamente em sintonia com o que a gente já apresentava”. Mas, em alguns temas houveram importantes contribuições, caso do Eixo 1, que chamava “Gestão democrática”, e agora passou a chamar “Gestão democrática, controle social e comunicação”.

Esse eixo passou a contar com propostas como a “criação de uma Escola da Cidadania, que possibilite a formação de conselheiros e de cidadãos para a participação política”, a promoção da “comunicação pública com foco no interesse coletivo”, e o fortalecimento “da transparência pública do governo municipal, incluindo a divulgação e permitindo o acesso a dados abertos em portal municipal específico, que possibilite o controle social sobre a Administração Pública Municipal e o debate qualificado sobre suas ações”. Nesse último tópico, o plano sugere ainda considerar “a criação de um Conselho Municipal de Transparência e Controle Social”.

“Eu vejo que na parte de participação, esse pensamento de democratização da comunicação, como que essa experiência de facilitar o acesso da cidadania a serviços públicos por meio da tecnologias de informação e comunicação realmente se ampliou no programa a partir da consulta pública”, disse Áurea Carolina.

Retorno

Essa participação popular na construção do plano de governo repercutiu nas redes sociais. Em comentários publicados no Twitter, algumas pessoas comemoraram ter suas sugestões incluídas no documento.

"Fico feliz demais de ter participado desse processo de elaboração e ter ajudado a montar o Plano de Recuperação do Transporte Coletivo, que é pra ontem em BH", publicou André Veloso, do movimento Nossa BH.

Já o mestre em Ciência Política pela UFMG identificado no Twitter apenas como João Vítor comemorou: "Eu tô vendo as propostas na área de segurança pública que sugeri e foram pra versão final do programa estilo o ‘Joey’ se vendo atuando na TV”, publicou.

A candidata, que também é mestre em Ciência Política afirma que a participação popular é fundamental na democracia e que tem tido um retorno positivo das pessoas que fizeram parte das plenárias do plano de governo. “Algumas pessoas dão retorno dizendo que se sentem muito respeitadas e valorizadas, que a participação delas fez diferença e foi contemplada no documento final. Isso pra nós é mais que gratificante”, diz Áurea Carolina.

Ela acrescenta ainda que estudou formas de participação popular no Brasil que, segundo ela, ainda precisam ser melhor efetivadas e darem retorno à sociedade. E é isso que ela pretende na prefeitura. “Existe um problema na efetivação da participação popular. As pessoas cumprem a sua parte e o poder público depois se ausenta, deixa de efetivar aquelas contribuições e isso é muito sério. A gente não pode decepcionar a cidadania porque isso cria um efeito muito nocivo e as pessoas passam a desconfiar dos mecanismos de participação: ‘será que vai fazer diferença mesmo? Eu não vou lá perder meu tempo não porque não vai dar em nada’. Então, a gente precisa levar a participação muito a sério e as pessoas precisam receber uma prestação de contas da prefeitura, de qualquer organismo público sobre os efeitos da participação que ela dedicou”, concluiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário